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Estudante de Jornalismo, taurina e fã do Paul Morel. (Tudo que você precisa saber)

sábado, 27 de novembro de 2010

Histórias curtas - Júlia





Júlia se encostava a parede, parecia cansada. Enquanto lutava para manter seus olhos abertos, sua boca denunciava um pequeno sorriso. O cigarro havia sido posto em cima de uma pequena mesa de madeira, que queimava lentamente, com o avanço da brasa do cigarro alimentada pelo vento. Provavelmente, o cigarro teria voado se o copo de whisky não estivesse em cima dele.
- Você deveria estar dormindo. O que foi? Não consegue dormir?
- Parece que é você que deveria estar dormindo. – respondi olhando seus olhos cansados.
- Não sou eu quem tem aula amanhã cedo.
- A insônia nunca foi um problema para mim, você já deveria estar acostumada.
Difícil dizer de que cor são os olhos de Júlia, parece até que eles mudam de acordo com seu humor.
- Adoro quando seus olhos estão verdes.
- Por quê? – ela perguntava sorrindo, já sabia a resposta.
- É quando você esta feliz. O que aconteceu? Sou eu? – eu sorri, já sabia a resposta.
- É claro que é você.
- Então, por que não vem pra cama comigo?
Nós nos levantamos do chão frio, eu colei minha boca em seu pescoço e senti seu cheiro.
- Seu cigarro queimou minha mesa de mogno.
- Desculpa amor, eu não encontrei o cinzeiro.
- Tudo bem.
Júlia se deitou do lado esquerdo da cama, eu a abracei e ela adormeceu.
Logo cedo o despertador tocou. A mulher, deitada só na cama, abriu os olhos. Dois lindos olhos castanhos. O cigarro e o copo de whisky, em cima da mesinha de mogno.
O lado direito da cama estava intacto, já contavam dois meses de sua morte. Dois meses que Júlia só dormia depois de um copo de whisky e um cigarro.

3 comentários:

  1. E ai, quando saem os curtas dos contos cinematográficos? rsrs

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. O Teor etílico de seus contos sempre me surpreende...um whisky sem gelo.

    PS.:E eu adorei a música.

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